Opinião sobre problemas sociais e políticos do desenvolvimento sustentável. Ambiente e património.Mundo Rural. Iberismo.
Se queres a paz, prepara a paz! Escreveu ( o Major) Mário Tomé, “capitão” de abril, que à guerra foi.
Mas é outro o grito que varre o
ocidente e o leste: Si vis pacem, para bellum! Assim proclamam
os impérios, desde há mais de dois mil anos.
Aqui encontrarão o testemunho do pensamento que luta contra a alienação, o seu questionar desordenado, a descoberta, a dúvida que se interroga, a ideia que volta a ser analisada, criticada, para que o pensamento crítico sobreviva ao pensamento único, pensamento único sem o qual os senhores da guerra serão incapazes de conduzir os povos para a matança e serão vencidos.
Há 3 guerras em curso e
escamotear a guerra civil e o confronto geoestratégico, escamotear que a
escalada de sanções e de rearmamento, sem qualquer solução política de paz imediata
e justa, ou melhor, com o objetivo de levar o estado russo à falência, como
afirmou a presidente da UE, é trazer a recessão e a guerra total para o
horizonte…
A política imperialista e
anticomunista do partido de Putin, representa uma das formas atuais do
capitalismo, o capitalismo oligárquico, que emergiu da queda dos regimes de
leste.
Ajuda militar ou negócio?
A resposta a esta pergunta foi-me
dada pelo Conselho da União Europeia (UE), que aprovou dia 23 de março, ao
abrigo do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz, o financiamento de mil
milhões de euros às “capacidades e resiliência das forças armadas ucranianas”.
(é notável o nome escolhido para o mecanismo)
Desescalar é, em troca do cessar-fogo imediato e das conversações que conduzam ao fim da guerra, e a mútuas cedências para uma paz justa, suspender as sanções e a militarização. A crise sobre a instalação dos mísseis, entre a URSS e os EUA, que colocou o mundo à beira da guerra nuclear, resolveu-se com a sua retirada de Cuba e da Turquia e Itália.
Quem responde ao apelo do povo ucraniano pela fim imediato
da guerra e a construção da paz?
Apenas o povo russo, que
desceu à rua em 53 cidades, contra a guerra e já sofreu a repressão policial.
Cada um dos beligerantes e os
seus aliados, deve tomar a iniciativa de cumprir o seu dever para com a paz e a
segurança dos seus povos
É dever dos partidos de
oposição do Parlamento russo resistir à chantagem do partido de Putin, exigir que a guerra pare, e que o povo russo
possa livremente manifestar-se pelo fim da guerra, que o governo de Putin mande
parar e retire as suas forças e as confine no perímetro das Repúblicas de
Donbass que juraram defender.
A iniciativa de
fornecer/vender mais armas aos beligerantes, não altera a trágica realidade que
os ucranianos foram conduzidos a esta situação por aliados poderosos que não
mediram corretamente o perigo de conflito com a Rússia e servirá apenas que mais ucranianos e russos
se façam matar. O resultado é de duvidoso valor moral e militar: “lutem e
morram sozinhos, com as armas que vos vendemos/entregamos”.
A NATO deve anunciar que
aceita resolver através da negociação o diferendo sobre a sua expansão a leste.
A impotência e os riscos das
sanções.
Se todas as partes
reconhecerem a sua quota de
responsabilidade, os governos da Ucrânia e da Rússia poderão sentar-se à mesa
negocial, com base num cessar-fogo imediato, sem outras condições, sob a égide
da ONU.
Na Ucrânia estamos perante dois
problemas distintos, embora correlacionados: a situação da população russa que
habita historicamente as províncias de
Lugansk e Donetsk e a península da Crimeia, e a expansão da NATO para Leste.
…Não compreender onde está o perigo principal, é hoje o risco maior dos partidos de esquerda em Portugal, mas também dos partidos da direita democrática. A maioria de esquerda expressa em votos, continuou a prevalecer, ao contrário das contas erradas que a própria TV pública propaga, mas perdeu metade da vantagem sobre os votos na direita; depois de dois anos de governação do PS, essa maioria baixou para cerca de 600.000 eleitores votantes. Saliente-se que foram os novos partidos da direita radical e da extrema-direita a colher os benefícios, em votos e deputados. E que esse processo pode acelerar rapidamente…
... Numa situação internacional em que assistimos,
nos EUA, à destruição interna da sua democracia liberal e ao intensificar,
pelos governos republicano e democrático, de uma política global de confronto e
boicote económico, de condicionamento da
economia da UE e de interferência
direta na vida política das suas nações soberanas; de intervenção militar onde
os interesses americanos não prevalecem…
O balanço do
programa neoliberal da Troika
Se deixarmos as responsabilidades
políticas em aberto e analisarmos os resultados político sociais objetivos,
seguindo os próprios critérios da doutrina económica do neoliberalismo, o
balanço da Troika foi de completo fracasso:
Para onde vai a riqueza
nacional? Para o estrangeiro, para a finança europeia e mundial, os governos da
República, os empresários e as famílias, não são os gastadores irresponsáveis
com que a propaganda da direita europeia, ao leme da UE, procura mistificar a
sua política servil e neocolonial e que os partidos da sua família política
ampliaram em Portugal, sob a consigna de ir mais longe que a Troika!
A Jangada de Pedra e o Velho do Restelo
Título do Romance de Saramago, A Jangada de Pedra, é a
Península Ibérica que se desprendeu da Europa
Fala do Velho do Restelo, face à armada, quando parte para
as Índias
Canto IV, dos Lusíadas
Ó glória de mandar, ó vã cobiça
desta vaidade a quem chamamos Fama!
.../...
Deixas criar às portas o inimigo,
por ires buscar outro de tão longe,
por quem se despovoe o Reino antigo, (Portugal)
se enfraqueça e se vá deitando a longe; (deitando a
perder)
buscas o incerto e incógnito perigo
por que a Fama te exalte e te lisonje
chamando-te senhor, com larga cópia…
Do debate eleitoral têm estado
ausentes a política da UE e internacional, como se vivêssemos longe da sua
influência, na jangada de pedra de Saramago e também, a regionalização, com se
o futuro dos 70% dos portugueses que vivem no Litoral e nas suas duas grandes
áreas metropolitanas, em nada dependesse
da sobrevivência do modo de vida rural, do destino comum desses outros 30%
concidadãos, e a sua agonia fosse da responsabilidade política das autarquias locais
e não da Assembleia da República e dos governos, que só dela emanam.