15.6.19

"Quando tiveres dúvidas, escreve!" (Diógenes Arruda)


Os partidos vitoriosos em Portugal celebram o lugar a que chegaram e esquecem que 33% dos votos com 69% de abstenções significa que vão para o Parlamento Europeu com o apoio de pouco mais de 10% dos eleitores nacionais, num caso e noutro, com uns 3% desses eleitores...
A abstenção e o voto branco, já não representam desinteresse pela política, mas em boa parte consciência (mesmo que difusa ou alienada) de que o poder não está no Parlamento Europeu, que ao elegermos deputados europeus não estamos afinal a escolher quem vai governar a Europa.
Mas se, pela primeira vez, a participação eleitoral sobe acima dos 50%, tal não pode significar o emergir de uma consciência primária da necessidade de substituir o Federalismo financeiro, que agora reina na União Europeia, por um Federalismo Democrático de estados soberanos capaz de enfrentar os males da globalização e a sua crise ambiental?
(Federalismo não significa o fim da soberania, mas o atual Federalismo que impõe aos países em dificuldades o orçamento austeritário significa de fato perda de soberania, o orçamento nacional é o principal instrumento de governação autónoma e soberana de qualquer tipo de democracia)
O Federalismo Democrático de estados soberanos, não enfrenta, ao mesmo tempo, os desafios da globalização e o nacionalismo chauvinista que é, aparentemente, a única via para proteger as nações do diktat dos mercados financeiros e dos seus obscuros agentes, fundos e empresas?
Há 8 anos, a crítica a um artigo de F. Louçã sobre o Federalismo e a questão da saída da União Europeia (que, neste ponto, mudou de opinião, legitimamente), cujo conteúdo se insere na reflexão acima exposta.