No emergir de um novo quadro
político, caraterizado pela severa limitação dos principais instrumentos de
soberania nacional: a perda de autonomia do orçamento da República, a moeda
nacional substituída pela moeda única do Euro, criada por iniciativa dos
governos da Alemanha e da França, para financiar a absorção da antiga RDA e a
expansão dos negócios para Leste. E
caraterizado ainda pela institucionalização do Federalismo Financeiro e
Burocrático como regime político da União Europeia, consagrado pelo tratado de
Maastrich e governado pelos partidos de Centro-Direita, que são quem controla a
Comissão Europeia e a maioria dos comissários europeus.
Esta é o modelo de governo dominaste da UE, a UE de centro-direita,
apoiada pelos partidos social-democratas! A União Europeia acima das ideologias
políticas é uma falácia, e quem controla os seus representantes políticos é o
capital financeiro, o seu programa económico é o do neoliberalismo. Os países
menos desenvolvidos ficaram sujeitos a um estatuto semicolonial, O poder dos
burocratas é superior às Assembleias Nacionais e ao Parlamento Europeu e
estende-se à aprovação dos Orçamentos desses estados; determina até as decisões
da sua gestão corrente, como é exemplo, em período de baixa no mercado, a venda
precipitada e ao desbarato dos bancos portugueses falidos_ BES, BANIF, BCP…e
outros ativos, que eram as jóias do capital privado nacional e do estado
democrático.
O afluxo de capital internacional
ao bancos alemães e a outros grandes bancos europeus e às suas praças
financeiras e paraísos fiscais, permitiu-lhes crescer e conquistar mercados com
abundância de capital a baixos juros, que, no dealbar da crise do COVID19,
caíram mesmo para valores negativos.
Mas a nova crise económica e
financeira já lavrava antes da crise do COVID e, desta vez, tendo a Alemanha
como epicentro e os EUA no horizonte próximo.
Nos EUA, no Japão e no Reino
Unido o crescimento económico assentou na expansão do crédito e na aumento da emissão de papel-moeda, na sobre
produção de bens e serviços, e, particularmente nos EUA, à custa de incomensuráveis custos ambientais,
repetindo o ciclo infernal que se inicia com a política de expansão monetária,
baixa de juros e excesso de liquidez e conduz ao crescimento da dívida global e
a nova crise de sobreprodução e ao colapso do sistema financeiro, que arrasta
consigo a economia e a soberania dos estados.
Agravada pela saída dos capitais
da economia real, das empresas e mesmo dos bancos, para poderosos Fundos
Financeiros não escrutináveis, para a compra de obscuros “produtos derivados” e
títulos de Dívida Soberana , entidades
financeiras que não criam nem mercado, nem postos de trabalho, nem inovação,
nem impostos significativos…
O protecionismo americano
dirigido contra a economia da China, provocou colateralmente a contração do
comércio mundial e graves danos na economia da União Europeia, que tem na China
o seu principal mercado.
Nota: O PIB da China apenas
depende em 18,26% (2018), da exportação, numa tendência decrescente
que, no período de 10 anos baixou de 31,15% para aquele valor, ao contrário, o PIB europeu depende em grande
medida das exportações. Veja-se o caso
das suas maiores economias: a Alemanha, 38,71% (2019), França, 21,04% (2019),
Itália, 26,62%, Espanha, 23,94%, mas
não do Reino Unido, 16,61% (2019)
Como resultado: A Alemanha
apresentava um PIB estagnado e negativo em 2019
Os 17 bancos gigantes, que
dominavam a primeira globalização, assediados pela concorrência desleal dos
Fundos Abutre, em vez de exigirem uma regulação da sua atividade, optaram por
copiar a sua estratégia e métodos,
despedaçando o volante regulador da atividade financeira, que agora é uma
locomotiva alucinada em marcha cega para o desastre da próxima crise, que já se
anuncia no crescimento da inflação e na subida geram do juros.
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