27.12.25

Presidenciais 4: Sondagens, o ovo da serpente e a ausência de uma estratégia de defesa e segurança nacional

 

“…pela primeira vez nos últimos cem anos, o território nacional e o nosso povo, estão a ser empurrados para o teatro de guerra das grandes potências imperialistas, como alvos e reserva de carne para canhão.”

A recente publicação da sondagem da Pitagórica, encomendada por quem controla a comunicação social, tem duas contradições que questionam o seu valor científico: ao considerar uma margem de erro e de previsões de mais de 5%,  põe em causa a legitimidade do pódio dos candidatos mais votados. Pódio esse que é questionado também pela revelação que aumentaram os indecisos.

Então, esta sondagem serve apenas para que os partidos que apoiam os seus candidatos e os comentadores contratados, construam um discurso de meia vitória, que tem um claro objetivo comum: apoucar a candidatura de Gouveia e Melo.

Ao desprezarem o indicador subida dos indecisos e ao não estudarem a evolução da abstenção,  tornam as previsões em pura lotaria ou, pior, propaganda tendenciosa.

A única certeza que detetam é o risco de falência do candidato de extrema direita, que todas as TV e a maioria dos órgãos de comunicação, mais uns largos milhares de perfis falsos no Facebook e quejandos, se esforçam por salvar. Na minha ronda pelos dois mundos de Portugal, o urbano e o rural em agonia, encontrei uma nova corrente, genuinamente popular, de repulsa pelo discurso de ódio do candidato do Chega e dos seus líderes.

Nesta teia de enganos, continuo a recomendar aos meus conterrâneos os pequenos artigos que escrevi sobre o programa das candidaturas e a sua posição face aos riscos de subversão da Constituição, antes mesmo da sua revisão formal,  e que só a eleição de Gouveia e Melo pode impedir: porque os partidos constitucionalistas, à esquerda não dispõem de movimentos populares organizados capazes de enfrentar o golpe constitucional marcado já para o ano de 2026, por forças políticas revisionistas que, para além do Chega, atravessam a AD e chegam ao PS.

Em Portugal não há partidos de extrema-esquerda, são todos constitucionais e optaram pela via democrática eleitoral para disputar o poder.

Mas existem forças de extrema-direita, que usam o terreno legal e se têm infiltrado na polícia e nas forças armadas, nas estruturas da administração pública e do poder, com o objetivo de preparar e organizar roturas no tecido democrático, células e ações violentas.

Os ovos da serpente estão a ser chocados pelo ódio à imigração e ao programa de democratização e descolonização do MFA,  a bolha imobiliária, a privatização dos últimos anéis do estado democrático e social, liberalização que é a fonte principal da corrupção, pela militarização da Europa, e a distorção dos conceitos estratégicos de segurança e defesa nacional_ pela primeira vez nos últimos cem anos o território nacional e o nosso povo, estão a ser empurrados para o teatro de guerra das grandes potências imperialistas, como alvos e reserva de carne para canhão:

Sim, como alvos: vamos produzir drones para perpetuar a guerra na Ucrânia e alvejar a Rússia?  Vamos mentalizar os nossos militares para porem as botas nas Fronteiras da Federação Russa? Fazer das Lajes uma base de exportação das armas estadunidenses para o genocídio, o bombardeamento e a execução dos seus adversários?

Vamos , com o nosso silêncio cúmplice,  deixar que a agressão militar dos EUA devaste a Venezuela e semeie destruição e morte a que não escapará a nossa comunidade de 600.000 portugueses e luso descendentes?

 O ministro da defesa lidera este caminho , e os negócios das armas, e o  governo está cego e não reconhece a  necessidade de elaborar uma estratégia de segurança e defesa nacional, que nos defenda da guerra, das máfias terroristas que se instalaram a ocidente e são os verdadeiros líderes dos carteis_ da droga, do tráfico humano, da emigração clandestina que atuam nos países latinos e asiáticos e agora também na África, países subdesenvolvidos e sobre explorados. Uma estratégia que garanta a nossa soberania no mar e na terra!

Há outro candidato presidencial, que possa cumprir tal missão histórica?

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