Este indicador mostra que é o Almirante quem consegue
retirar mais votos ao Chega. As prestações televisivas não são determinantes.
Mas as percentagens não dizem o essencial: Quantos votantes representam? Recordo que nas últimas autárquicas o Chega perdeu 800.000 votos...qual vai ser a sua votação em números reais!? ( O SEU CANDIDATO VIVE NO TERROR DE NÃO CONSEGUIR RECUPERAR E CAIR AINDA MAIS CENTENAS DE MILHARES DE VOTOS E VER ABRIR_SE A PORTA DOS SUBSTITUTOS). Tal acontece, porque o verdadeiro candidato a presidente, que manda à sua frente o cordeiro sacrificial, ficou por agora na sombra, o mesmo que já quis subverter a constituição enquanto primeiro-ministro, quando anunciou o seu programa de ir mais longe que a Troika, avançando então com a ideia de uma revisão constitucional, hoje escondida, que pretendia subverter o artigo 288º da constituição (Ver anexo), criando uma novo regime presidencialista, autoritário e no extremo do neoliberalismo. O que é o neoliberalismo? Veja-se, como exemplo, a mutilação dos direitos dos trabalhadores, que o atual projeto de mudança das leis do trabalho anuncia. Quando se preconiza o despedimento sem justa causa e direito a retorno, de um trabalhador ou de um setor inteiro, em nome de uma falsa liberdade de procura de melhor emprego e do moderno desempenho empresarial, omite-se que o emprego assenta numa âncora que é casa de família na proximidade, que o posto de trabalho condiciona a localização do emprego do cônjuge, da creche e da escola dos filhos, do centro de saúde ou hospital, a vizinhança e a camaradagem no trabalho, toda uma teia de relações sociais cuja célula essencial é a família, assim abalada e desfeita. Essa medida é uma bomba de fragmentação, que espalha estilhaços por todo o tecido social, é o cancro que gera um mundo infernal e amoral, que os cristianíssimos políticos e economistas fingem ignorar.
De onde parte? Existe em Portugal um
núcleo capitalista, que usa os seus testas de ferro da política, para ganhar
influência e poder, e que faz parte de uma corrente internacional (derrotada
nas guerras imperialistas e na livre concorrência no mercado), que o governo de
Trump representa, e que quer salvar os seus privilégios retornando aos regimes
autoritários e mesmo neofascistas, militarizados e controlados pelo monopólio
da comunicação social (Porque raio é que tempos agora uma CNN, no lugar da
televisão da Igreja?)
Ai, os cegos de Saramago!!!
Os comentadores televisivos e as suas redações (por mando de
quem?), continuam a levar ao colo o candidato da extrema-direita, para isso têm
de fabricar a imagem de um país mergulhado na corrupção, insegurança e
decadência moral (acabei de ver a CNN a descrever em detalhe as práticas de
pedofilia do último pedófilo exibido na TV, transformando a informação
americanizada num vómito ) e tratam de
normalizar o discurso que já prepara a guerra civil de baixa intensidade
(porque quem semeia ventos...), elogiando o desempenho violento e capcioso do
candidato, premiado com pontuação alta e medalhas de invencibilidade nos
debates; o candidato que apela ao recurso às armas de fogo contra a
criminalidade, sem perceber que essa diretiva conduz o outro lado a prepara-se
para usar a violência (olhe-se para os EUA ou o Brasil), quando as forças da
ordem podem e devem hoje ser equipadas com um eficaz arsenal de armas não
letais e equipamentos de proteção; e o devoto candidato faz alguma ideia do que
é carregar na consciência a morte um ser humano, o que tal representa de
sofrimento moral para o ser humano que mata e a sua família, e para a família
do morto? Televisões e restante comunicação social, com o candidato, que não
se importam de lhe dar voz sem contraditório, que vai alimentar um clima
internacional adverso à própria emigração portuguesa e às relações com os
países de língua portuguesa e com aqueles onde a história de Portugal deixou amarras (As Índias e os Brasis...), e de
fomentar um ambiente nacional hostil à imigração...desprezando o RICOCHETE NA NOSSA EMIGRAÇÃO (2,3 milhões,
2,8 milhões de luso descendentes), que já prepara a fuga de Portugal dos mais
afortunados e capazes, que julgaram encontrar aqui a sua segunda pátria.
Ainda hei-de ver essa gente, em peregrinação com a corda ao
pescoço, como o aio de Afonso Henriques ou a Srª Melloni, a caminho
do...Bangladesh, em penitência e prece!
Ai, os desgraçados cegos de Saramago!
É COM ESTAS LEIS E AMBIENTE QUE ESPERAM ATRAIR OS EMIGRANTES
QUALIFICADOS, mestres da servilização, engenheiros e cientistas, médicos e
investigadores...operadores de todos os sistemas, operários da indústria
4.0...?
Artigo 288.º
(Limites materiais da revisão)
As leis de revisão constitucional terão de respeitar:
a) A independência nacional e a unidade do Estado;
b) A forma republicana de governo;
c) A separação das Igrejas do Estado;
d) Os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos;
e) Os direitos dos trabalhadores, das comissões de trabalhadores e das associações sindicais;
f) A coexistência do sector público, do sector privado e do sector cooperativo e social de propriedade dos meios de produção;
g) A existência de planos económicos no âmbito de uma economia mista;
h) O sufrágio universal, directo, secreto e periódico na designação dos titulares electivos dos órgãos de soberania, das regiões autónomas e do poder local, bem como o sistema de representação proporcional;
i) O pluralismo de expressão e organização política, incluindo partidos políticos, e o direito de oposição democrática;
j) A separação e a interdependência dos órgãos de soberania;
l) A fiscalização da constitucionalidade por acção ou por omissão de normas jurídicas;
m) A independência dos tribunais;
n) A autonomia das autarquias locais;
o) A autonomia político-administrativa dos arquipélagos dos Açores e da Madeira.

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