21.5.05

Factores de crise da formação contínua de professores

Factores de descredibilidade da formação contínua de professores


1. Encontra-se cerceado o ensino experimental das ciências, pela não elegibilidade pelas Equipas Técnicas de Apoio (EAT Centro/EAT Nacional) da maioria das despesas com visitas de estudo, trabalho de campo e actividades inter e multi-disciplinares.
2. Não se processou a mudança de paradigma de formação de modelo escolar a favor de modalidades centradas no contexto das práticas profissionais: Projecto, Oficina, Seminário e Círculo de Estudos. Predominam os cursos e módulos avulsos. As EAT não financiam a avaliação externa da formação.
3. As acções nas áreas das Tecnologias da Informação e Comunicação, que representam cerca de metade dos financiamentos apoiados pelo PRODEP, não ocorrem integradas no projecto educativo de escola e no contexto das didácticas disciplinares, pelo que não produzem o impacto esperado, prolongando assim a situação de info-exclusão da maioria dos professores e a incapacidade para promover o e:learrning em toda a comunidade educativa..
4. A Educação para a Cidadania (Ambiental, Europeia, para a Paz, para a Saúde, Prevenção Rodoviária, pela Arte…) e a promoção da Língua e da Cultura Portuguesas, não fazem parte das prioridades de financiamento do PRODEP.
5. As principais Universidades, Politécnicos e centros de ciência e cultura foram sendo afastados dos programas de formação contínua de professores, devido a injustificadas práticas burocráticas que desencorajaram o seu papel cabendo-lhes hoje, na formação contínua de professores, um papel meramente residual cuja responsabilidade só pode ser cometida às EAT.

Propostas para valorizar e relançar a formação contínua de professores

1. Prevalência das orientações científico-pedagógicas do CCPFC em todo os procedimentos de gestão e financiamento do processo de formação contínua de professores, nomeadamente nas Equipas de Apoio Técnico e Centros de Formação.
2. Renovação das EAT, que, em certos casos, remontam a 1996, substituindo os elementos desgastados por rotinas burocráticas e ineficazes.
3. Valorização do paradigma da formação centrada na escola e nos contextos educativos e recusa dos modelos centrados na transmissão de conteúdos.
4. Desenvolvimento de um plano tecnológico de info-formação e e:learning, que promova a literacia da "escola virtual", assente na cooperação de professores e alunos, em contexto das práticas lectivas e de desenvolvimento curricular das áreas de Projecto e de Estudo Acompanhado, generalizando o acesso à banda larga da Internet.
5. A eticização da formação: sem corrida aos créditos ou à sua obtenção por via administrativa; sem facilidades, mas com respeito e empatia para com os professores; com probidade e boas práticas de gestão económica e financeira. Com processos de avaliação interna e externa assentes nos princípios da Democracia e ensinamentos das Ciências da Educação.
CEFOP. Conimbriga. Maio de 2005

Sem comentários: