Na guerra, o fogo amigo é tão mortífero
como o inimigo! (AQ). O confronto com o COVID19 assume a dimensão de uma
guerra.
Na China, depois em Portugal, como em todo a mundo, a Humanidade trava, há quase um ano, uma guerra desigual e trágica contra um inimigo que desconhecíamos e se multiplicou e fortaleceu, como é da sua natureza, com novas variantes do COVID 19.
Devemos aos chineses a identificação
dessa nova ameaça_ comunicada à Organização Mundial de Saúde em 30 de dezembro de 2019, logo seguida pela descodificação
do genoma, revelado à OMS e aos CDC dos EUA em 7 de janeiro de 2020 e, desde essa
data, o acesso livre e online a toda a informação científica que permitiu aos
governos organizar o combate ao COVID19 e
às multinacionais farmacêuticas produzir a vacina e os primeiros medicamentos, devemos-lhes
ainda, no período mais crítico, as ofertas
solidárias e o acesso aos recursos
inexistentes ou açambarcados no mercado, o apoio de equipas de saúde aos países
que se tornaram nos centros difusores da pandemia e nas suas vítimas.
Mas a comunicação social
portuguesa não parece conhecer nem divulga essa informação universalmente disponível,
que, livre e online, vem sendo
depositada e difundida através dos sites China National Center for
Bioinformation. 2019 Novel Coronavirus Resource 2019nCoVR), pelo Fighting Covid
19 Chinese Way, tão pouco divulga o Coronavirus disease (COVID-19) pandemic da
OMS e nem sequer a informação do European Centre for Disease Prevention and
Control, as suas inúmeras conferências de imprensa, comunicados, livros
brancos, estudos, revistas científicas recomendadas… Enquanto omite os atos de
solidariedade.
O Conselho Nacional de Saúde, que está colocado numa posição privilegiada para acompanhar a evolução nacional e regional da pandemia, e é presidido por um professor, epidemiologista do Instituto de Saúde da Universidade do Porto, que já foi coordenador nacional para o combate á pandemia do VIH/SIDA, não fez parte da lista dos "especialistas" que são chamados a opinar, alguns diariamente.
Foi através da comunicação social
que se ampliaram as notícias falsas, os rumores insidiosos, as críticas à ausência
de planeamento, à falta de medidas atempadas e radicais, e ao seu contrário_ estão
a matar a economia, se enumeraram erros e contradições, visando sobretudo a
OMS, as autoridades de Saúde, e, no fim de contas, o governo, e a China, mesmo
quando os atos destas entidades faziam crescer a confiança e a coesão nacional
e internacional. E sempre com a mesma falácia: se o vitus cresce, é porque todos
falharam! Menos a dita!
Ela e as redes sociais,
governadas por um único milionário que detém 56% das ações da empresa que
controla Facebook, Instagram e WahtApp, criaram o caos na informação. Torrentes
de imagens e títulos semeando a desgraça e o pânico, até à náusea,
A contenção vitoriosa da primeira
vaga, e depois da segunda vaga, no princípio de dezembro, com a eficácia e a coragem do Serviço Nacional de Saúde e dos seus profissionais,
(os Grupos Hospitalares Privados reduziram serviços e não desempenharam qualquer
papel no combate direto ao COVID19), com a disciplina e sacrifício da nação
portuguesa_ trabalhadores e empresários, escolas e famílias…foi denegrida como mera
propaganda do governo e o culto da desgraça infetou de novo todos os serviços
noticiosos: Tal como na tragédia dos incêndios rurais, a nossa dor e a dor da Humanidade,
passou a ser exposta procurando as imagens mais chocantes: recordo a morbidez
das imagens selecionados do Brasil e da Itália e o voo de abutre das câmaras de
televisão sobre cada Lar de Idosos e agora nas portas das urgências dos Hospitais de Lisboa…onde
afinal, 85% dos pacientes vieram por medo, compreensível e falta de triagem
prévia. Ao mesmo tempo, omite-se a informação que a pandemia foi controlada no Norte de país e se encontra em recessão.
Esta estratégia de comunicação, que olha para o país como se não houvesse diferenciação regional e se foca nas regiões onde a situação é mais grave, transmite a falsa sensação de falhanço global e permanente, enfraquece o ânimo para aplicar as medidas de combate à doença, instala o pânico e o desespero. É preciso ver o Porto Canal, para adquirir esta outra perceção da realidade!
Aos que governam e aos que querem
vir a governar
O general que avança sem
desejar fama e recua sem temer o descrédito, cujo único pensamento é proteger o seu país e prestar um bom serviço ao soberano, é a joia do reino.
Os que ignoram as condições
geográficas - montanhas e florestas - desfiladeiros perigosos, pântanos e
lamaçais - não podem conduzir a marcha de um exército.
Aos que governam e aos que querem
vir a governar. À comunicação social e aos seus falantes e a quem deve
interessar
A guerra é um assunto de
importância vital para o estado; o reino da vida ou da morte; o caminho para a
sobrevivência ou a ruína. É indispensável estudá-la profundamente.
Ainda não existem, em lado nenhum
do mundo, especialistas no COVID19. E se
os podemos eventualmente reconhecer na China, nenhum dos investigadores ou médicos
que já em 2003 enfrentaram este tipo de vírus, fala com a arrogância de quem
afirma ter um plano e adivinhar o próprio futuro da evolução destas pandemias. A
dominância atual da variante inglesa teria desfeito qualquer outro plano alternativo, que nunca foi
apresentado, confirmando aliás a origem natural desta estirpe, e é certo, o vírus
anda sempre á frente do nosso conhecimento, é a sua própria natureza que o leva
a adaptar-se e a mudar para sobreviver, enfrentando a nossa humana resiliência.
Mas o mais grave da acusação infame
sobre a origem artificial do COVID19 ou a crítica destrutiva aos esforços da
OMS ou das autoridades nacionais, é que ela oblitera a origem e carater dos
novos vírus: eles existem desde tempos imemoriais na fauna selvagem e nos seus
habitats, a destruição das florestas e a urbanização do mundo rural trouxeram-nos
para a proximidade das nossas comunidades: eles são pois uma consequência da
crise ambiental, da perda da biodiversidade que mata os predadores desses vírus
e os deixa multiplicar-se infetando aves e animais que estão em contacto com os
seres humanos.
Os idosos, não
estão condenados à morte por pandemias
Por força da demagogia política,
não estamos a discutir o modo como Portugal e a Europa têm vindo a confinar os
seus idosos nos Lares e na solidão das suas casas, sendo eles as
maiores vítimas da pandemia, em percentagens que rondam os 90%.
Os investigadores internacionais,
de todas as tendência (consultar a Revista científica Lancet), que estudam as
razões porque a China pôde conter a pandemia, não se deixaram alienar, como
aconteceu com o próprio Presidente da República, com o slogan mistificador, irresponsável
e anticientífico, de que tal resulta de não ser um país democrático. Concluíram,
em primeiro lugar, que o controle da pandemia e do seu impacto trágico nos
idosos, se deve ao facto de na China apenas
3% dos mais velhos residirem em lares, vivendo os restantes 240 milhões aos
cuidados da família, apoiada pelos vizinhos e pelo Serviço Nacional de Saúde,
que não espera por eles nos hospitais mas os acompanha nas suas casas.
Portugal, nos seus mais de 2,200
lares públicos e privados, terá creca de 100.000 idosos confinados e com os 600 lares
ilegais, esse número deverá subir aos 130.000, isto é, mais de 6% dos mais
velhos.
O nosso país contabilizava 729
lares privados (em 2020), com uma capacidade de cerca de 22 mil lugares, que
geraram um volume de negócios global de 330 milhões de euros, um aumento de
3,1% face a 2018, segundo um estudo da Informa D&B, um setor onde ganham predominância
os grupos nacionais e internacionais
Mas Portugal tem também 512 mil
idosos a viver sozinhos e a maioria, 417 mil, são mulheres. Mesmo assim, é um
dos países da União Europeia que tem menos pessoas acima dos 65 anos a viverem
sós.
Quatro em cada dez mulheres com
65 ou mais anos vivem sozinhas na União Europeia (UE). Enfim, todos estes dados,
divulgados recentemente pelo Gabinete de Estatística da UE, o Eurostat, revelam
que cerca de 40% das mulheres residentes no espaço europeu vivem sozinhas,
contra 19% dos homens.
Sabemos hoje, pela própria DGS,
que a maior parte dos idosos vítimas de COVID19, faleceu fora dos Lares.
Esta situação levanta uma enorme
problema ético e de saúde pública à nossa sociedade capitalista, individualista,
dominada pelo mercado e pelos Fundos
Abutre e grandes grupos financeiros sem pátria, e deveria ser uma das
preocupações centrais das Ordens do setor da saúde; mas muito pouco se conhece
dos contributos técnico-científicos ou de valor ético e moral, para combater a
pandemia.
O facto de continuarem à espera
do cumprimento das formalidades administrativas centenas de profissionais de saúde
oriundos de outros países, em processos que se arrastam por anos, sem que a
Ordem dos Médicos tenha procurado ao menos apressá-los_ entre
eles, segundo a DGS, 160 médicos que já tinham efetuado o exame de Português,
diz bem da duplicidade do discurso político dos seus dirigentes.
Os perigos do aquecimento global
não são hoje mais graves do que a ameaça destas pandemias e a poluição, outra
face da crise ambiental, segundo os relatórios da OMS, mata anualmente 7,5
milhões de pessoas! Estamos perante um desafio que exige uma mudança
civilizacional, não o fim da História, mas do capitalismo e do socialismo como
os conhecemos no passado. Essa nova etapa da Humanidade será a Eco Civilização, tenha uma ou outra origem.
Uma tamanha e complexa tragédia global,
pouco diz aos acionistas da comunicação
social e aos donos das redes sociais, e
muito menos aos líderes partidários, incluindo
os que usam as suas instituições para preparar uma carreira política, que concentram o seu fogo no quartel general e
o usam para tentar chegar mais rapidamente ao poder!
É também por isso que eu transcrevo
neste texto a Arte da Guerra de Sun Tzu, porque a natureza e o carater das
guerras também mudou e não lhe poderemos fugir, se o nosso objetivo for viver
em paz sobre o planeta e perpetuar nele a Vida, e a vida humana.
Convicto de que o caos na
informação, que desgasta o governo, a Ministra da Saúde e o Presidente da República,
mina sobretudo a confiança e o ânimo dos seus concidadãos, e, se até pode contribuir significativamente para
os enfraquecer ou derrubar, quando contas
forem feitas, penso, só terá servido
para alimentar uma única tendência política, a extrema-direita.
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