...copiando outros
cartazes_ com o mesmo slogan, que proliferam há anos nas redes sociais, marcha
em sentido contrário aos manifestantes pacíficos, que em centenas de cidades
americanas e por todo o mundo, protestam contra o racismo.
Não tem educação política e
resvala para a amoralidade.
Se por acaso, ele, ou outro como
ele, ler estas palavras, peço-lhe que reflita bem no que escreveu, á luz do
pensamentos político daquele homem, negro, que como nenhum outro, dedicou a sua
vida a combater o racismo, institucionalizado como apartheid... Nelson Mandela.
O resistente sul africano, que passou a maior parte da sua vida na cadeia, por ser fiel a esse ideal, escreveu no seu
Diário Íntimo:
“A situação real no terreno pode
justificar o recurso à violência, que mesmo os homens e mulheres bons podem ter
dificuldade em evitar. Mas mesmo nestes casos a utilização da força deverá ser
uma medida excecional, cujo objetivo primordial deverá ser o de criar o
ambiente necessário para soluções pacíficas. São estes homens e mulheres bons
que constituem a esperança do mundo.”
Mas devia, em primeiro
lugar, pensar, pela sua própria cabeça _
e interrogar-se sempre sobre o que representam siglas e movimentos obscuros que o seduzem à distância
pela Internet, pois na luta política são usadas todas as armas e a diferença
entre a provocação e o radicalismo sem princípios, é mais fina que um cabelo.
Devia pensar que o policia, nos
EUA. como em Portugal, é um ser humano com família, vizinhos, amigos e que a
sua morte, como a morte de qualquer cidadão português, não cabe na lei que pune
os crimes mais hediondos, por uma única razão: o julgamento humano, por mais
rigoroso, é falível e nada, mas nada, repara a perda de uma vida humana, e isso
inclui todos os que cometem crimes graves ou, no outro lado, vestem uma farda.
Ao contrário do que diz outro
cartaz, o diabo não são os outros, mas cada um de nós, quando julga e age sem consciência
política e sem regras morais!
Há uma profunda crise económica,
política e moral, na sociedade dos EUA. A prosperidade desta grande nação,
assenta hoje numa economia fortemente militarizada que não hesita em usar as
amas mais mortíferas lá onde se sintam atingidos "os interesses
americanos"_ leia-se das suas multinacionais e capitais financeiros.
Nos EUA, segundo o Relatório do
FBI de 2018, em consequência de 58.886 ataques contra as forças policiais,
18.005 agentes ficaram feridos e 53 foram assassinados (11 eram mulheres); outros
51 perderam a vida em acidentes de serviço. O número total de mortos subiu em 2019 a 135. Num universo
nacional de mais de 800.000 agentes da lei.
Em 2018, a polícia dos EUA matou
999 pessoas e 1006 em 2019.
Nesta sociedade, a venda e o
culto das armas de fogo prevalece e as divisões de classe, cultura e etnia, acentuam-se a cada nova crise_ na ressaca da
crise financeira de 1998-1999, apenas 1%
da população passou a acumular anualmente 92% do valor do PIB, segundo as
próprias estatísticas do governo federal.
A cultura da classe dominante dos
EUA nasceu com o estigma da escravatura e prolongou a segregação racial até aos
anos 60 do século XX; gerou a doutrina Monroe ainda no século XIX, atribuindo a
si próprio a tutela do continente americano e depois do mundo inteiro.
Numa sociedade como esta, as
forças policiais são a tropa de choque contra todas as chagas socias: toxicodependência,,
crime, pobreza e a ascensão aos lugares de chefia, o acesso à profissão e a
carreira, dependem da adesão de cada agente aos ideais dos grupos dominantes: o
agente policial, assume socialmente o papel de carrasco e vítima.
O jovem que compara as polícias
de Portugal e dos EUA, evidencia também que não conhece a realidade do seu próprio
país, e esse é o seu primeiro dever de consciência.
Os organizadores da manifestação,
deveriam tê-la feito_ como é dever dos responsáveis políticos, com um serviço
de ordem, que garantisse a distância social exigida pela pandemia ( esse apelo
está a ser dirigido pelos CDC americanos aos manifestantes que protestam contra
o assassinato de George Floyd) e deviam,. por sua iniciativa, retirado
imediatamente os cartazes que pregam o ódio alienante.
A Direção da PSP e os sindicatos
respetivos, entregaram o caso à justiça, os partidos constitucionalistas, de
direita e da esquerda, repudiaram o
conteúdo dos cartazes. Fizeram apenas o seu dever.
Quanto ao jovem e outros visados,
deviam, em consciência política e moral, denunciar-se às autoridades, sublinho_
denunciar-se a si próprios, sujeitar o ato ao seu próprio juízo moral e
político, agora que está sob o escrutínio dos seus concidadãos e arrepiar
caminho… ou sofrer as consequências.
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