O conflito de Tiananmen, após o fracasso de meses de
diálogo com os estudantes contestatários e com claras divisões na direção do
PCC, terá sido o último grave incidente, nas últimas três décadas, em que as
divergências internas no próprio Comité Central do Partido Comunista da China
foram transferidas para fora (conduzindo ao afastamento dos Secretários-gerais
Hu Yaobang e Zhao Ziyang), envolvendo no caso, e tragicamente, o movimento
estudantil.
A questão da unidade interna do PCC e da nação passou
a ser ainda mais enfatizada nas suas resoluções e nos documentos políticos do
estado chinês; no decurso dos anos, todas as sequelas daquele grave incidente
foram sendo superadas, com a libertação completa dos condenados por atos
violentos e subversivos e até a indemnização das famílias que sofreram vítimas.
A dissolução à força, pelo exército, da Manifestação
de Tiananmen, em 1989, que durava há vários meses, terá provocado 400 a 800
mortos, segundo o maior jornal americano, A
Reassessment of How Many Died In the Military Crackdown in Beijing By Nicholas
D. Kristof, Special to The New York Times Published: June 21, 1989. As
autoridades chinesas afirmaram sempre que os confrontos violentos ocorreram
fora desta Praça e que entre as baixas se incluíram soldados e estudantes, mas
nunca confirmaram aquele número.
O movimento não teve expressão nacional, nem um
programa comum e muito menos expressou a sua identificação com a democracia
liberal. A Internacional foi o hino político mais entoado e coexistia com a
imitação da estátua da liberdade implantada na Praça, simbolizando bem o seu
carater heterogéneo.
Os líderes estudantis mais conhecidos acabaram por
estabelecer-se nos EUA e o mais famoso, a quem foi atribuído o Nobel da Paz, foi o autor apontado da Carta 08, que constitui um manifesto político em favor do
neoliberalismo extremista.
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