Diz a lenda que Nabucodonosor da Babilónia mandou erigir uma estátua feita de ouro, prata, bronze, ferro e barro. Na versão da história bíblica esta estátua gigantesca, um falso ídolo, com a cabeça de ouro, peito de prata, pernas de ferro e pés de barro, apesar de todo o seu aspeto de colosso, foi derrubada quando uma simples pedrinha, ao rolar pelo monte abaixo, atingiu os seus pés.
Apliquemos esse símbolo ao nosso
tempo e reconheçamos como um dos suportes da União Europeia, a comunidade do
carvão e do aço, depois alargada à livre circulação de mercadorias, capitais e
cidadãos; no outro pé, a denominada União Monetária e Financeira. A globalização
financeira, com a crise di subprime importada dos EUA fraturou o primeiro e a crise do COVID 19, quebrou o segundo suporte
em múltiplos pedaços. Esta falência geral e súbita já vinha sendo anunciada por outras patologias internas: a política
austeritária da Troika, o Brexit, a falta de resistência à política hostil do governo de Trump e o
emergir de regimes semi autoritários no leste europeu.