24.2.14

Sobre o processo de tomada de consciência política das FA ( e policiais)


 
Não havendo guerra colonial e milicianos contra a guerra, onde se forjou a revolução democrática de Abril, a agressão financeira da troika e o papel de governo colaboracionista, que é o de Passos Coelho ( colaboracionista como o de Vichy na II Guerra), encarregaram-se de fazer nascer essa progressiva consciência política e de mobilizar os militares profissionais ( e as forças policiais) para a luta democrática.

Fato político novo na Europa e em Portugal, que os próprios protagonistas ainda não tiveram tempo de amadurecer (  e de valorizar historicamente ) e a opinião pública compreende mal, dará um salto qualitativo quando os militares convocarem o apoio popular às suas manifestações ou, inversamente o povo na rua apelar à sua defesa e intervenção,  e, quando as associações e movimento das forças armadas, como solução política, dirigirem o seu protesto e exigência de cumprimento da Constituição para o principal chefe (responsável) militar e magistrado da nação: o Presidente da República. E, então, conscientes da  cumplicidade de Cavaco Silva na ultrapassagem dos limites constitucionais, por colaboracionismo ou omissão,  lhe exigirem eleições antecipadas.

Será o tempo de regressar à política das frentes amplas contra o imperialismo financeiro, se a esquerda perceber o perigo que uma crise geral nacional encerra e os setores democráticos dos partidos da direita, que correspondem à consciência política maioritária entre o povo português, se congregarem também nessa aliança nacional e democrática. Novas forças políticas organizadas aparecerão e as atuais serão reorganizadas ou ficarão irreconhecíveis, fracionadas. A luta pela democracia e pelo socialismo verdadeiros, aspiração comum da maioria do povo português, passa por suster esta ofensiva oligárquica e anti-nacional.
 
A alternativa é o caos social e a ascensão de um regime autoritário sob a capa do presidencialismo. E mais vinte ou cinquenta anos de pobreza, submissão e desastre nacional, só para pagar os juros odiosos da dívida pública, empresarial, dos bancos e das famílias, e para fazer do mar português o maior botim (= saque dos vencidos) da União Europeia.

Há três anos que o diktat da troika e a chantagem da bancarrota, o medo de perdermos o que resta dos direitos democráticos fundamentais, nos retira a liberdade de decisão e a cidadania. A pátria, berço e mãe tornou-se madrasta impiedosa e amoral, pelo exercício de maus governos nacionais e comunitários e o poder absoluto do capital financeiro.
A luta pela democracia (s) permite passar à luta pelo socialismo (s), mas então será de novo o povo português a escolher livremente o seu caminho.
 

 

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